Qual a relação de amor que temos por nossos veículos?
É caro amigos, as vezes nos pegamos pensando: qual é a relação que temos com nossos veículos? Sentimento de amor, paixão, ódio, raiva? Como pode uma máquina despertar tantos sentimentos e emoções. É algo que não dá pra explicar quando se é um Gearhead!
A minha paixão por carros vem desde criança, tanto é que quase nasci em um banco traseiro de um fusca, nasci prematuro de 8 meses. Ah, minha bronquite também peguei no banco traseiro de um Opala Coupé, justamente por causa daquela janelinha traseira que abaixava… num certo dia de sol eu fui ali tomando o ventão gelado no rosto e daquele dia em diante sempre sofri com problemas respiratórios.
Mas o intuito deste post é para contar a história de um pacato golzinho branco modelo GL de 89.
O golzinho estava na família desde 96, comprado do dono anterior que tinha um carinho enorme pelo Golzinho, me lembro que ele até chorou quando vendeu para meu pai.
No dia que meu pai foi buscar, um perueiro deu uma riscadinha na lateral, alias, levou todo o para lama. Lembro que na época com meus 11 anos de idade fiquei tão bravo no banco traseiro do veículo, que queria sair correndo atrás para bater no perueiro, tanto é que precisaram me acalmar. O veículo foi para a funilaria e semanas depois estava de volta.
Ai, foi aquela paixão, todo final de semana eu queria lava-lo, mexer nos botões, nossa achava o máximo o conjunto de luzes no centro do painel de instrumentos, aqueles botões nas laterais e etc. Meses depois com uma certa insistência meu pai começou a deixar tirar o Gol da garagem.
Os 18 anos chegou, tirei minha habilitação de primeira e não paguei nada o tal quebra! Com isso veio a posse do Golzinho. Foi aquela felicidade, muitos projetos na cabeça, fazer isso, fazer aquilo, colocar rodas, escapamento (carro tem que fazer barulho) mas eram só idéias, porque grana pra fazer tudo isso estava bem longe.
Os anos se passaram, apareceu a faculdade, mais um motivo para não poder gastar um $$$ no carro e deixar do jeito que sempre pensei. Mas ele sempre me serviu foi valente, nunca me deixou na mão… alias deixou quando fundiu o motor. Fiz a retífica e o apzão novamente saiu pro ai rugindo.
A faculdade acabou, me formei e achei que iria ganhar rios de dinheiro para melhorar o Golzinho, TUDO MENTIRA rs. Consegui um trabalho que precisava de um veículo econômico, já que não dava para sustentar a sede de um Gol 1.8 carburado. E então ai que apareceu um Celta “milzinho” VHC a gasolina. Carro bacana econômico, todo bonito mas sempre sentia que faltava algo. Foi da convivência e do dia a dia com o Celta que surgiu a fanpage Motor 1.0 da Depressão.
Com essa correria do dia a dia o golzinho acabou ficando de lado. Meses depois, fizemos negócio com um conhecido da família e o Golzinho foi vendido. E como o comprador morava próximo eu sempre conseguia ver ele, mas ao mesmo tempo era ruim pois o dono não estava cuidando muito bem do carro. Ele não é Gearhead como nós!
E assim passaram-se os anos, cinco anos para ser mais exato. Ficamos sabendo que o atual dono estava vendendo o Gol para outra pessoa que iria leva-lo para o sertão do nordeste e rodar com ele até acabar.
Na mesma hora bateu aquele sentimento de ver um carro que passei por bons momentos, que renderam boas histórias (e algumas raivas rs.) ter seu fim premeditado.
Fui atrás deste conhecido e fiz uma contra proposta pelo golzinho. Como ele já sabia de toda a história do veículo, acabou optando por vender de volta para mim! Que felicidade!
Ontem meu pai foi buscar o Golzinho e quando eu cheguei do trabalho, vi ele ali parado na garagem, ao mesmo momento que a felicidade irradiava no coração, passou um flash na cabeça de todos os momentos que tive com o Golzinho. É algo que não dá para explicar!
O Gol está um pouco detonado, mas motor e funilaria estão em ótimo estado. Agora é gastar rios de dinheiro para levanter ele, arrumar os bancos, peças de acabamento e afins e deixar o golzinho GL 89 todo bonito para curtir os finais de semana!
Vender novamente? Não mais!
Tá ai o “menino” meio feio, mas vai receber todo o tratamento merecido!
E você caro amigo, tem alguma história parecida, qual é a relação de amor com seu veículo? conte pra gente!