Motorista confundido como Uber é atacado por taxistas em SP

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Atacado por taxistas que faziam um protesto na noite de terça (10) na Avenida 23 de Maio, um enfermeiro de 44 anos disse ter vivido momentos de pavor e chegou a pensar que seria morto.

O ataque ocorreu quando Jorge Carlos Ferreira Santos tentou furar um bloqueio de taxistas que faziam manifestação contra a publicação de decreto do prefeito Fernando Haddad.

O enfermeiro avançou sobre os taxistas que cercavam seu carro, um Chevrolet Corsa na cor preta. Jorge diz que explicou aos manifestantes que não era Uber e que estava seguindo para o Hospital São Paulo, onde trabalha. O veículo de Jorge teve o vidro traseiro quebrado, e a lataria foi amassada por socos e pontapés. Advogado de Jorge, José Ovídio Ortiz, disse que perícia indicou prejuízo de cerca de 3 000 reais.

Alguns taxistas foram atingidos por Jorge quando ele arrancou com o carro. Mas ninguém, até o momento, registrou queixa. “Eu acredito que algumas pessoas que foram atropeladas possam aparecer, mas é infundado porque ele queria sair do local onde estava sendo agredido e chamado de motorista do uber”, disse José Ovídio Ortiz, advogado de Jorge.

Apesar dos momentos de pânico, o enferemeiro afirma que não julga toda a categoria só por causa do comportamento de alguns. “Tenho um tio taxista. Não tenho nada contra eles”, afirmou Jorge, complementando que não costuma andar de táxi ou de Uber.

https://youtu.be/GAjnXP7HAHU

“Tudo aconteceu por volta das 18h15. Peguei o meu carro sozinho e fui para o hospital. No Vale do Anhangabaú, o trânsito estava intenso, mas eu estava ouvindo música e não sabia o que estava acontecendo. Ainda dentro do túnel, na rampa de acesso à Avenida 23 de Maio, vi os taxistas jogando galhos na rua.

Tentei passar pela direita, mas não consegui, pois tinha carros e ônibus. Poderia bater em algum veículo. Passei por cima de um galho e me chamaram a atenção. Eles avançaram e começaram a falar que eu era Uber. Nesse instante, eu me abaixei para pegar o meu jaleco de enfermeiro, mas um deles disse que eu estava pegando uma arma. Eles começaram a chutar a parte traseira do meu carro e dar socos. ‘Não deixa ele escapar’, gritavam.

Eu pensei: tenho que sair daqui. Eu sai, mas fui para o meio da multidão. Eles me cercaram e eu acelerei. Quando o ônibus que estava ao meu lado saiu um pouco, eu consegui sair. Fiquei com medo de morrer. Não cheguei a ver que tinha atropelado ninguém porque estava olhando para o lado. Muita gente se jogou sobre o carro. Se eu parasse, eu ia morrer. Eu queria sair de lá o mais rápido possível.

Fonte: Veja

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